O atendimento pré-hospitalar (APH) é destinado às vítimas de trauma, violência urbana, mal súbito e distúrbios psiquiátricos. Visa estabilizar o paciente de forma eficaz, rápida e com equipe preparada para atuar em qualquer ambiente e remover o paciente para uma unidade hospitalar.






Em 2002, tendo em vista o crescimento da demanda por serviços de urgência e emergência e ao real aumento do número de acidentes e da violência urbana, o Ministério da Saúde aprovou a regulamentação técnica dos sistemas estaduais de Urgência e Emergência, por meio da Portaria 2048, ratificando que esta área constitui-se em um importante componente da assistência à saúde. 


No ano seguinte, a Portaria 1864/GM deu início à implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) nas modalidades suporte básico e avançado de vida, atuação desenvolvida em todo o território brasileiro pelos Estados em parceria com o Ministério da Saúde e as Secretarias Municipais de Saúde.

 A Enfermagem ainda conta com a  Resolução Cofen 375/2011, que dispõe sobre a presença do enfermeiro no Atendimento Pré-Hospitalar e Inter-Hospitalar, em situações de risco conhecido ou desconhecido.


No Brasil, o APH envolve o Corpo de Bombeiros, o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e também as empresas particulares. A enfermagem participa em todas essas vertentes e como em qualquer outra área do cuidar, deve estar alicerçada em conhecimento, capacitação técnica e humanização.

O atendimento pré hospitalar é dividido em 


Atendimento pré hospitalar fixo e móvel :


Atendimento pré-hospitalar fixo

O atendimento pré-hospitalar fixo é realizado em UPAs, por exemplo, e em unidades mais básicas de saúde como postos de saúde. Outros centros médicos que tratam de problemas menos graves também são considerados como APH fixo. Costuma-se chamar esse tipo de atendimento pré-hospitalar como o atendimento primário.

A sua existência auxilia os hospitais na medida em que trabalha com situações menos perigosas e complexas. Sendo assim, essas unidades fixas conseguem tratar de problemas menos graves que seriam tratadas no hospital, liberando maior espaço para o atendimento hospitalar.

 Atendimento pré-hospitalar movél

O atendimento que procure chegar precocemente a vitima após ter ocorrido um agravo a sua saúde, sendo necessário prestar atendimento e transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao sistema único de saúde.

Para um adequado atendimento pré-hospitalar móvel o mesmo deve estar vinculado a uma Central de Regulação de Urgências e Emergências. 

A central deve ser de fácil acesso ao público, por via telefônica, em sistema gratuito (192 como número nacional de urgências médicas ou outro número exclusivo da saúde, se o 192 não for tecnicamente possível), onde o médico regulador, após julgar cada caso, define a resposta mais adequada, seja um conselho médico, o envio de uma equipe de atendimento ao local da ocorrência ou ainda o acionamento de múltiplos meios.


 As principais atribuições do enfermeiro que atua nesta área


A atribuição do enfermeiro dependerá da unidade em que ele estiver atuando, porém, para que tenha uma ideia do que o enfermeiro desenvolve na área de APH, segue abaixo algumas atribuições:

- Obedecer a lei do exercício profissional e o código de ética de enfermagem 

- Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no atendimento Pré-Hospitalar Móvel;

- Prestar cuidados de enfermagem de qualquer complexidade técnica a pacientes com ou sem risco de vida, que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas;

- Ministrar treinamento e/ou participar dos programas de treinamento e aprimoramento de pessoal de saúde em urgências e emergências;

- Fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos direcionados a pessoas e equipamentos inerentes à profissão, estabelecendo e controlando indicadores.

- Prestar a assistência de enfermagem gestante e parturiente e ao recém nascido.

- Fazer controle de qualidade dos serviços nos aspectos inerentes a sua profissão 

- Conhecer equipamentos e realizar manobras de realização manual de vitimas 

-Iniciar intervenções e reavaliar o estado geral da vitima 

- transportar vitima para o tratamento definitivo.

-Participar nos programas de treinamento e aprimoramento dos programas de educação continuada .

Os cursos para enfermeiros mais recomendados para APH e conhecidos pela sua qualidade são os LS (life support): BLS (basic life support), ACLS (Advanced life support), PHTLS (pré-hospital life support) e PALS (pediatric advanced life support). 

As fases ou etapas do atendimentos (Segundo thomaz e lima)

Pré atendimento 

Check list, checagem e reposição dos materiais ,manutenção da padronização dos kits de atendimento funcionamento dos equipamentos( oxímetro de pulso monitor desfibrilador e ventilador. e volume de oxigênio existente no cilindro. 

Ou seja essa fase não tem nenhum atendimento ou chamado, mas observa a sua unidade com checagem de material, para ser surpreendido por falta de materiais.

Trans ou intra atendimento 

Acessar a vitima com segurança avaliar a cena obtendo informações pertinentes para o atendimento, colher a historia da vitima quando possível, realizar também a triagem para o atendimento em caso de acidente com múltiplas vitimas realizar a avaliação primária, isto é se existe risco imediato a vida da vitima, realizar avaliação secundaria( pesquisa detalhada sobre o corpo da vitima)

Pós atendimento 

Após o atendimento fazer a reposição de material utilizado na ocorrência recarregar equipamento que necessitam de baterias, limpar o veiculo , providenciar reposição de oxigênio se necessário registrar a ocorrência em impresso próprio e fazer relatório em livro de ocorrência de enfermagem.


O principal objetivo do atendimento pré-hospitalar é mobilizar, estabilizar e transportar a vítima de um acidente de natureza qualquer. O atendimento deve, sobretudo, priorizar a integridade da vítima, independente das condições circunstanciais. O objetivo é cumprido após a vítima chegar viva até o destino (hospital ou unidade de saúde mais próxima).



Suporte Básico e Avançado de vida 


Suporte básico de vida 

consiste na preservação da vida, sem manobras invasivas em que o atendimento é realizado por pessoas treinadas em primeiros socorros e atuam sob supervisão medica por telemedicina. Segue da seguinte forma:

A - Desobstrução de vias aéreas, aspiração de secreções, retirada de corpos estranhos e imobilização de cervical.

B - Manutenção da respiração, ventilação e Entubação (se necessário).

C - Circulação, controle hemodinâmico, se necessário, inicie manobra de RCP. Tratamentos sintomáticos e específicos, monitorizarão e seguimento.

Suporte Avançado de Vida

Tem como características manobras invasivas de maior complexidade e por esse  motivo esse atendimento é realizado exclusivamente por médicos e enfermeiros. ex Cateterismo vesical.

Caracterizado por procedimentos invasivos e avaliação mais aprofundada. Usam-se os métodos das seguintes formas: A, B, C, D e E (casos sem comprometimento circulatório). C, A, B, D e E (casos com comprometimentos circulatórios).

 Significados:

A- Vias aéreas e proteção da coluna cervical

B- Respiração e ventilação

C- Circulação

D- Incapacidade neurológica

E- Exposição e controle da temperatura


Protocolos empregados no APH

Para que se garanta a eficacia na assistência e diminuam as probabilidades de erros existentes protocolos de atendimentos a sere seguidos pelos enfermeiros, os quais conferem independência e interdependência a esses profissionais.

Cada instituição pode ter o seu protocolo para sua equipe desde que garanta a avaliação rápida, possibilitando assim menos tempo gasto no atendimento, eficacia e possibilidades nos erros.

Pontos chaves:

Para isso é necessário que em seu conteúdo estejam presentes as intervenções e a estabilização dos estados respiratórios, circulatório e neurológico seguidos de imobilização, transporte rápido e seguro paro o hospital adequado mas próximo.

Telemedicina 

O COFEN institui a realização 225 de 00 dispôs sobre o cumprimento de prescrição medicamentosa e terapêutica á distância, tornando legal para os profissionais de enfermagem, a pratica de cumprir prescrições medicas via radio ou telefone em meio a urgência. 

Referências:

  • LIMA, Sandro Gonçalves de; MACEDO, Larissa Araripe de; VIDAL, Marcela de Lima Vida; SÁ, Michel Pompeu Barros de Oliveira. Educação Permanente em SBV e SAVC: impacto no conhecimento dos profissionais de enfermagem. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 93, n. 6, Dec. 2009.

  • FEITOSA-FILHO, Gilson Soares; FEITOSA, Gustavo Freitas; GUIMARÃES, Hélio Penna; LOPES, Renato Delascio; JÚNIOR, Roberto Moraes; SOUTO, Francisco de Andrade; VASQUES, Ronaldo; TIMERMAN, Sergio. Atualização em reanimação cardiopulmonar: o que mudou com as novas diretrizes. Rev. bras. ter. intensiva, São Paulo, v. 18, n. 2, June 2006.