Drenos:

Algumas cirurgias precisam da necessidade da utilização de drenos para facilitar o esvaziamento de líquidos e ar acumulados na cavidade torácica.
São usados em diversos contextos para possibilitar o escapamento de líquido de uma cavidade corporal específica. As indicações para colocação de controle de drenos são específicas de cada tipo de dreno.

As indicações para colocação de controle de drenos são especificas para cada tipo de dreno 
podem ser classificados em:

Dreno de Penrose

É um dreno de borracha tipo látex utilizados em cirurgias que implica em possível acumulo de líquidos infectados ou não no período pós operatório. Seu orifício de passagem deve ser amplo e ser posicionado a menor distancia do local a ser drenado, não utilizando o dreno por meio da incisão cirúrgica e sim por meio de uma contra incisão.

Pra evitar depósitos de fibrina que possam obstruir seu lúmen o dreno de penrose deve ser observado e mobilizado a cada 12 horas ou seja,tracionando em cada curativo  cortado seu excesso e recolocado o alfinete de segurança estéril, usando luva esterilizada. o oficio de saída deve ser ocluída com gaze estéril devendo este curativo ser substituindo sempre que necessário.

Dreno de sucção Portovack

É um sistema fechado que utiliza uma leve sucção (vácuo) para retirar líquidos e sangue acumulados embaixo da pele onde foi realizada a cirurgia 
É usado para drenagem de liquido seroso ou sanguinolento. Objetivo é facilitar a coaptação dos tecidos adjacentes e impedir o acumulo de soro. seu objetivo é facilitar a coaptação dos tecidos adjacentes e impedir o o acumulo do soro e a formação de hematoma e tem um prazo de permanência que é de 48 horas
 
Drenos de Abramsom

São tubos de grande calibre que tem a função de irrigação e aspiração  continua usado na maioria dos casos em espaços intra-abdominais para drenagem de grande volume de liquido.

Dreno de Kerr

É introduzido nas vias biliares extra hepáticas sendo utilizados para drenagem externa descompressão ou após anastomose biliar ,como prótese modeladora, devendo ser fixado no meio de ponto os na parede duodenal lateral ao dreno, tanto quanto na pele impedindo sua saída espontânea.

Dreno JP (jackson pratt)

Funciona com pressão negativa e diferencia-se do anterior por possuir a forma de uma pera. indicado a  cirurgia torácicas, pulmonares e abdominais com maior frequência. dando a necessidade de realizar uma drenagem no local da cirurgia para retirar fluídos e evitar a formação de coágulos e abcessos.

Dreno de Blake 

É  um dispositivo de silicone para a drenagem de fluidos no período pós operatório. Possui canais de fluxo ao longo de seu corpo, que diminuem a possibilidade de obstrução e possibilitam uma drenagem mais eficiente. por ser solido proporciona maior resistência as tensões evitando assim a obstrução. 

Cuidados com o dreno de tórax


Definição: Consiste nos cuidados de enfermagem dispensados ao paciente com dreno de tórax, com o objetivo de prevenir infecções e outras complicações, avaliar o quadro respiratório e remover ar ou líquidos da cavidade pleural ou do mediastino.
É de responsabilidade Enfermeiros. Técnicos de Enfermagem podem auxiliar os enfermeiros nos cuidados com dreno de tórax.

Objetivo do dreno de tórax: A principal função do dreno de tórax é a retirada de líquidos, secreção e sólidos (fibrina) da cavidade pulmonar com objetivo de restabelecer a pressão negativa da atividade pleural, manter a função respiratória e a estabilidade hemodinâmica.  

Para que é indicado o dreno de tórax?

O dreno de tórax pode ser utilizado no pós operatório em pacientes que passaram por cirurgia no mediastino, pacientes que sofreram traumas na região torácica por acidentes automobilísticos ou por acidentes por armas branca e de fogo, e também em paciente com enfisema pulmonar.



As principais indicações da drenagem torácica são:

  • Pneumotórax:  quando há acúmulo de ar na cavidade pleural;
  • Hemotórax:  quando há acúmulo de sangue na cavidade pleural;
  • Epiema pleural: quando há acúmulo de pus na cavidade pleural;
  • Hidrotórax: quando há acúmulo de líquido na cavidade pleural;
  • Quilotórax: quando há acúmulo de linfa na cavidade pleural.

Cuidados de Enfermagem na Inserção do Dreno de Tórax

A inserção do dreno de tórax é realizado pela equipe médica! Entretanto, o enfermeiro deve auxiliar o procedimento e realizar os seguintes cuidados:

  • Realizar orientações a família sobre o procedimento, realizar higienização das mãos, separar o material necessário;
  • Verificar sinais vitais antes do procedimento;
  • Administrar medicação para sedação, conforme prescrição médica;
  • Posicionar a criança: decúbito dorsal, membro superior do lado da colocação do dreno elevado e tórax levemente curvado para o lado oposto da colocação do dreno;
  • Utilizar EPI's adequados para procedimento cirúrgico, inclusive com capote estéril e óculos de proteção;
  • Dreno em selo d'água: Abrir o frasco de drenagem torácica estéril, de forma a manter a esterilidade do material e preencher com água destilada até o nível recomendado pelo fabricante. Não utilizar soro fisiológico, pois cristaliza com a pressão proveniente da sucção;
  • Conectar o dreno torácica na criança e após iniciar a sucção;
  • O dreno deve ser colocado verticalmente, ao lado do leito, abaixo do nível do tórax;
  • Atentar para altura do dreno e risco de tração;
  • Conferir se todos os clamps do sistema estão abertos;
  • Avaliação da criança após o procedimento de inserção do dreno, atentar para alteração nos sinais vitais, instabilidade hemodinâmica e padrão respiratório;
  • Realizar registro do procedimento, incluindo informações acerca de intercorrências, características e quantidade do conteúdo drenado, nível de água no selo d'água, etc.

Materiais Necessários (Curativo)

  • Equipamentos de proteção individual: luvas de procedimento, gorro, máscara cirúrgica, óculos de proteção.
  • Bandeja.
  • Solução antisséptica alcoólica (clorexidina alcoólica, de preferência).
  • Gaze estéril.
  • Luva estéril.
  • Cobertura adesiva ( fita micropore ou outro disponível).
  • Etiqueta com data e enfermeiro que realizou o procedimento.
  • Etapas do Procedimento (Curativo)
  • Reunir todo material necessário em uma bandeja.
  • Lavar as mãos.
  • Explicar o procedimento ao paciente e/ou acompanhante.
  • Posicione o paciente, solicite ajuda dos pais ou outro profissional em casos de bebês e crianças.
  • Calçar as luvas de procedimento, máscara, touca e óculos de proteção.
  • Avaliar curativo antigo externamente quanto a presença de sujidades, secreção, etc.
  • Retire o curativo antigo com cautela para não tracionar o dreno de tórax, avaliando quanto a presença de sujidades, secreção, sinais flogísticos, alterações no local de inserção, etc.
  • Retire as luvas de procedimento

  • Abra os materiais para curativo.
  • Calce as luvas estéreis.
  • Com a gaze umedecida com clorexidina alcoólica, realizar antissepsia do óstio de inserção do dreno e pele ao redor e extensão do dreno, em movimentos únicos.
  • Após antissepsia, proteger o óstio com gaze estéril e aplicar curativo adesivo.
  • Colocar etiqueta com informações ( data e nome do enfermeiro que realizou o procedimento).
  • Deixar o ambiente limpo e organizado.
  • Retirar os equipamentos de proteção individual.
  • Higienizar as mãos após o contato com o paciente.
  • Realizar registro do procedimento realizado.
Orientações Gerais
  • Manter o circuito do dreno de tórax fechado e estéril.
  • Avaliar o selo d'água a cada 4 horas quanto a presença de bolhas e oscilações.
  • Transporte do paciente: Não clampear o dreno durante o transporte do paciente. Manter o dreno abaixo do nível do tórax. Avaliar padrão respiratório e monitorar sinais vitais.
  • Nível de água insuficiente no selo d'água: desligar rapidamente a sucção, clampear o sistema, abrir a tampa do frasco em selo d'água e adicionar água até o nível desejado, fechar a tampa, desclampear o sistema e retornar sucção.
  • Saída acidental do dreno: Realizar curativo compressivo estéril e comunicar a equipe médica imediatamente.
Referências Bibliográficas
Conselho Federal de Enfermagem (BR). Solicitação de Amparo Legal para Equipe de Enfermagem realizar lavagem de dreno de tórax. Parecer nº 22, de 2014. Brasília: COFEN; 2014.
Bowden V, Greenberg S. Procedimentos de Enfermagem Pediátrica, 3ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2013.
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (BR). Boas práticas em dreno de tórax. São Paulo: Coren; 2011 Fev.