Veia jugular externa
A veia jugular externa é uma veia do pescoço formada pela união da porção posterior da veia retromandibular e pela veia auricular posterior
A veia jugular externa recebe a maior parte do sangue do exterior do crânio e das partes profundas da face, sendo formada pela junção da veia facial posterior e auricular posterior.
Começa na superfície da glândula parótida, ao nível do ângulo da mandíbula, e corre perpendicularmente ao longo do pescoço, na direção de uma linha imaginaria traçada a partir do ângulo da mandíbula até o meio da clavícula na borda posterior do esternocleidomastoideo.
Definição: É o acesso venoso obtido pela punção percutânea de veia jugular externa por meio de um cateter periférico.
A veia jugular é uma via de acesso endovenoso utilizado para a administração de doses mais volumosas e rápidas de medicamentos líquidos ou sangue, geralmente utilizada em situações de urgência e emergência, cuidados intensivos e cirúrgicos e nos casos de fragilidades de acesso em vasos dos membros superiores e inferiores
Objetivo:Instalar cateter sobre agulha em veia jugular externa, para manutenção de acesso vascular de grosso calibre e seguro para infusão de soluções ou medicamentos.
Aplicação: A veia jugular é indicada para obtenção de acesso endovenoso para a administração de grandes volumes de fluidos em um curto espaço de tempo, comum em situações de urgência, emergência e cirúrgicas. Também é indicada em casos de impossibilidade de obtenção de acesso venoso periférico em membros.
Responsabilidade: Enfermeiro.
Contraindicação: Presença de lesões cutâneas no local de punção, flebite, presença de trombos, suspeita ou confirmação de síndrome da veia cava superior.
Materiais necessários:
- Bandeja.
- Um par de luvas de procedimento.
- Cateter sobre agulha de calibre adequado ao vaso (geralmente, 14 a 18 no adulto e 18 a 22 em pediatria e neonatologia).
- Clorexidine alcoólico 0,5% ou, na indisponibilidade desta, álcool 70%.Bolas de algodão.
- Conexão tipo “Y”, duas ou quatro vias, ou perfusor de via única.
- Fixação para acesso periférico padronizado pela instituição (em ordem de preferência: filme transparente estéril semi impermeável; fixação estéril; fita microporosa; esparadrapo impermeável comum).
- Caneta.
- Compressas limpas ou toalhas.
- Tesoura sem ponta, se necessário.
- Prontuário do paciente.
Etapas do Procedimento:
- Higienizar as mãos.
- Verificar na prescrição médica: nome do cliente, solução a ser infundida, volume, velocidade, data e horário.
- Datar soluções e equipos e, caso seja rotina da CCIH institucional, identificar data de troca.
- Fazer a desinfecção da bandeja com álcool 70%.
- Separar o material.
- Preencher o equipo e a conexão de duas vias com a solução para a retirada do ar.
- Explicar o procedimento ao cliente e ao acompanhante.
- Levar o material em uma bandeja e levar próximo ao leito do cliente.
- Identificar o cliente pelo nome completo.
- Calçar as luvas de procedimento.
- Posicionar o cliente em decúbito dorsal, com a cabeceira reta e retirando os travesseiros.
- Expor a área a ser puncionada.
- Avaliar as condições de enchimento da jugular externa comprimindo-a acima da clavícula com o dedo indicador e médio. Fazer esta avaliação do lado esquerdo e direito.
- Escolher a jugular que apresente melhor enchimento, seja mais visível e com ausência de nódulos e tortuosidades.
- Após escolhido o local da punção, solicitar ao cliente para não se movimentar durante o procedimento ou, caso seja necessário, solicitar que alguém segure a cabeça do cliente mantendo-a fixa.
- Colocar toalha ou compressa sob o pescoço do cliente, ao redor da área escolhida para punção.
- Lateralizar a cabeça do cliente para o lado oposto da punção.
- Realizar antissepsia com algodão embebido em clorexidine alcoólico 0,5% em movimentos circulares do centro para fora ou movimentos únicos no sentido céfalo-podálico girando o algodão.
- Posicionar-se atrás da cabeceira do cliente.
- Com a mão não dominante, comprimir a veia jugular logo acima da clavícula utilizando os dedos indicador e médio, ou solicitar que um ajudante o faça.
- Com a mão dominante, realizar a punção percutânea, em ângulo de 45°, aproximadamente, com o cateter na direção céfalo-podálica.
- Avaliar o retorno venoso, com a mão não dominante comprimir a veia jugular abaixo do local de inserção do cateter e retirar o mandril com a mão dominante.
- Com a mão que retirou o mandril, conectar a conexão tipo “Y” duas ou quatro vias ou perfusor.
- Testar a permeabilidade do sistema. Observar se não há formação de soroma local.
- Fixar o cateter com o fixador selecionado de maneira que fique firme, visualmente estético e que não atrapalhe os movimentos cervicais.
- Identificar no próprio curativo do cateter o dia e hora da punção, o responsável pela mesma e o calibre do cateter utilizado.
- Colocar o cliente em posição confortável.
- Recolher o material utilizado, desprezar o lixo em local adequado.
- Retirar as luvas de procedimento.
- Higienizar as mãos.
- Realizar o registro de enfermagem no prontuário do paciente.
Dicas :
Em situações de emergência, preocupe-se em explicar o procedimento e posicionar o paciente enquanto outro membro prepara o material utilizado.
No momento da avaliação, solicitar que o cliente tussa pode facilitar a visualização do vaso. Em crianças, se ela estiver chorando pode facilitar o procedimento.
No momento da punção, colocar o cliente em posição de trendelenburg facilita o procedimento, mas certifique-se de que não há nenhuma contraindicação para essa posição.
Referências Bibliográficas:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Brasil). Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa; 2017.
Ministério da Saúde (Brasil). Protocolos de Intervenção para o SAMU 192 - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. 2ª edição, Brasília: Ministério da Saúde; 2016.
Cheever KH, Hinkle,JL. Brunner & Suddarth - Tratado de Enfermagem Médico. 12ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan; 2011.
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